Este livro apresenta as relações entre o retorno à democracia e o crescimento da criminalidade no Brasil. Este crescimento é intimamente relacionado à desorganização que afetou as instituições responsáveis pela ordem pública durante esta transição longa e difícil. Exacerbou-se a violência policial contra a população civil e acentuou-se o comprometimento da polícia com o crime. A segurança privatizou-se e os fenômenos de justiça ilegal ganharam importância. Mas as transformações mais gerais da sociedade não podem ser deixadas de lado quando se tenta entender as lógicas de desenvolvimento da violência e do crime. Este livro soma à estas mudanças a idéia de que, principalmente para os jovens, a vida passou a comportar uma dimensão de risco maior que no passado. Para o autor, antecipar o risco tornou-se uma forma de reagir a ele.