Este trabalho remete ao ponto central da produção do fenômeno jurídico, ali onde aparece a sua determinação específica como forma do capital - a figura do sujeito de direito. O autor revela os momentos decisivos da elaboração desse conceito, articulando a leitura imanente e crítica teórica. Podemos, assim, acompanhar os esforços de Kant e Hegel em apreender conceitualmente esse estranho modo pelo qual passa a se exprimir a subjetividade humana - um ser autônomo e livre, ao mesmo tempo em que subordinado ao mando de outro homem. O autor procede a um exame minucioso da passagem de um sujeito de direito, ainda marcado pelo signo da ambiguidade em Kant, para a sua plena constituição na filosofia do direito hegeliana. A inteligência desse conceito, de que esta leitura materialista da filosofia clássica alemã já havia fornecido elementos essenciais, vai se completar com a exposição da crítica que Marx opera nesse terreno. Em um capítulo, por todos os títulos decisivo, 'Capital, mercadoria, sujeito - sobre o sujeito de direito em Marx', o autor examina com profundidade a conexão entre a forma do valor e a autonomia da vontade, fazendo avançar significativamente o conhecimento que dela tínhamos até agora.