O modernismo brasileiro muito deve à atuação francamente anticonformista de Paulo Prado. Herdeiro de uma das famílias mais ilustres de São Paulo, aindamoço completou sua formação intelectual em Paris. Bonito, elegante, rico, esportista e culto, o jovem Prado impressionou Eça de Queirós: ''Menino, tu ésuma perfeição humana!'', exclamou o escritor português. Nos anos 1920, para espantar o tédio da São Paulo provinciana, o então dirigente de um dos maiores grupos privados do país reunia em torno de uma mesa farta artistas que se projetavam, como Villa-Lobos, Di Cavalcanti e Brecheret, grupo esse que se destacaria na Semana de 1922, organizada graças ao estímulo desse discreto mecenas. Bibliófilo apaixonado pelo período colonial, o já cinquentão Paulo Prado iniciou seus estudos do passado brasileiro sob a orientação do grande historiador Capistrano de Abreu, com quem recolheu documentos raros, e publicou e republicou relatos dos primeiros cronistas. Depois de lançar a coletânea de ensaios Paulística (1925) - reeditado pela Companhia das Letras em 2004.
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