310100158133
O arqueiro de olho-e-meio

Por: R$ 109,90ou X de

Comprar
Não sei meu CEP
Condições de Parcelamento
Opções de Parcelamento:
  • à vista R$ 109,90
  • 2X de R$ 54,95 sem juros
  • 3X de R$ 36,63 sem juros
  • 4X de R$ 27,47 sem juros
  • 5X de R$ 21,98 sem juros
Outras formas de pagamento
SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

Da última década do século XIX até as vésperas da década de 1930, passando, portanto, pela Revolução de 1917, a Rússia foi palco de experimentos e realizações de vanguarda em todos os campos da arte, numa efervescência que estabeleceu princípios e diretrizes de longa duração, inspirando, por exemplo, a poesia concreta brasileira.

O arqueiro de olho-e-meio (1933), traduzido pela primeira vez no Brasil, é um relato vivo e contundente dessa cena artística, narrado por Benedikt Lívchits (1886-1939) como uma reportagem da qual o autor é personagem ativo. Poeta, tal qual seus amigos Vladímir Maiakóvski e Velimir Khlébnikov, Lívchits sobreviveu à moenda da história não por sua obra em versos, mas por esse livro, que ganhou com o tempo o status de referência quando se trata de entender quais eram e o que pregavam os diversos grupos vanguardistas entre as duas primeiras décadas do século XX.

Como observa Bruno Barretto Gomide, tradutor e autor do prefácio de O arqueiro de olho-e-meio, ter sido contemporâneo desses nomes cardeais foi uma sorte e um azar para Lívchits. Sorte por ter convivido e compreendido tão profundamente a história que descreve; azar por ter ficado obscurecido pelos gênios. “Há um grupo tão grande de inovadores radicais, de escritores fabulosos [nesse período], que os ‘menos incríveis’ acabam ficando na sombra daqueles de maior nomeada”, escreve Gomide.

A classificação habitual de poeta cubofuturista aplicada a Lívchits é um indício dos amálgamas vanguardistas que ganhavam terreno na cultura russa. Pelo livro desfilam, além de cubistas e futuristas, também suprematistas, acmeístas, construtivistas, formalistas, nacionalistas, orientalistas, budetlianos, simultaneistas e raionistas, direitistas e esquerdistas, além dos impressionistas, cromoluminaristas, simbolistas e estetizantes, criticados mas não rejeitados totalmente como influência.

Os principais movimentos e eventos são apresentados na edição da CARAMBAIA num glossário que precede o texto das memórias propriamente ditas. O acúmulo de ideias e princípios rigorosos dessas numerosas tendências costumavam vir a público – em locais como o cabaré Cão Vadio, em São Petersburgo – de forma espalhafatosa, mordaz e provocadora, atraindo reações escandalizadas, numa atitude rebelde de deixar a Semana de 1922 no chinelo. Na Rússia, os eventos artisticamente revolucionários, às vezes com recalcitrantes apoios oficiais e propagandas, foram promovidos por associações de intelectuais como a Valete de Ouros, a Rabo de Asno e a Hileia, da qual fizeram parte Lívchits, Maiakóvski e Khlébnikov.

Por variadas e beligerantes que tenham sido as tendências, a maioria dos poetas de vanguarda conjugava o vocabulário da superação de formas e sentidos, buscando a “natureza elementar da palavra”. Também as artes plásticas ganhavam novas metas e novos suportes. Lívchits descreve da seguinte forma um espetáculo de luzes apresentado pelo pintor – melhor seria dizer artista visual – Kazímir Malévitch: “A inovação e a especificidade do procedimento de Malévitch estava antes de tudo no uso da luz como princípio criador de forma e legitimador da existência do objeto no espaço. Os princípios sustentados pela pintura desde o tempo do impressionismo foram transferidos pela primeira vez para uma esfera tridimensional”.

Se já não fosse valioso como documento, O arqueiro de olho-e-meio – título que não convém explicar antes da leitura do livro – traz momentos de grande beleza, entre eles a descrição afetuosa das estripulias e do doce egocentrismo de Maiakóvski, que, ao estender sua obra de poeta para o palco, o fez com um espetáculo chamado... Maiakóvski, no qual, naturalmente, ele era o ator principal. Lívchits estava diante de figuras geniais, e sabia entendê-las como ninguém.

Especificações Técnicas

Home

Sinopse1Da última década do século XIX até as vésperas da década de 1930, passando, portanto, pela Revolução de 1917, a Rússia foi palco de experimentos e realizações de vanguarda em todos os campos da arte, numa efervescência que estabeleceu princípios e diretrizes de longa duração, inspirando, por exemplo, a poesia concreta brasileira.

O arqueiro de olho-e-meio (1933), traduzido pela primeira vez no Brasil, é um relato vivo e contundente dessa cena artística, narrado por Benedikt Lívchits (1886-1939) como uma reportagem da qual o autor é personagem ativo. Poeta, tal qual seus amigos Vladímir Maiakóvski e Velimir Khlébnikov, Lívchits sobreviveu à moenda da história não por sua obra em versos, mas por esse livro, que ganhou com o tempo o status de referência quando se trata de entender quais eram e o que pregavam os diversos grupos vanguardistas entre as duas primeiras décadas do século XX.

Como observa Bruno Barretto Gomide, tradutor e autor do prefácio de O arqueiro de olho-e-meio, ter sido contemporâneo desses nomes cardeais foi uma sorte e um azar para Lívchits. Sorte por ter convivido e compreendido tão profundamente a história que descreve; azar por ter ficado obscurecido pelos gênios. “Há um grupo tão grande de inovadores radicais, de escritores fabulosos [nesse período], que os ‘menos incríveis’ acabam ficando na sombra daqueles de maior nomeada”, escreve Gomide.

A classificação habitual de poeta cubofuturista aplicada a Lívchits é um indício dos amálgamas vanguardistas que ganhavam terreno na cultura russa. Pelo livro desfilam, além de cubistas e futuristas, também suprematistas, acmeístas, construtivistas, formalistas, nacionalistas, orientalistas, budetlianos, simultaneistas e raionistas, direitistas e esquerdistas, além dos impressionistas, cromoluminaristas, simbolistas e estetizantes, criticados mas não rejeitados totalmente como influência.

Os principais movimentos e eventos são apresentados na edição da CARAMBAIA num glossário que precede o texto das memórias propriamente ditas. O acúmulo de ideias e princípios rigorosos dessas numerosas tendências costumavam vir a público – em locais como o cabaré Cão Vadio, em São Petersburgo – de forma espalhafatosa, mordaz e provocadora, atraindo reações escandalizadas, numa atitude rebelde de deixar a Semana de 1922 no chinelo. Na Rússia, os eventos artisticamente revolucionários, às vezes com recalcitrantes apoios oficiais e propagandas, foram promovidos por associações de intelectuais como a Valete de Ouros, a Rabo de Asno e a Hileia, da qual fizeram parte Lívchits, Maiakóvski e Khlébnikov.

Por variadas e beligerantes que tenham sido as tendências, a maioria dos poetas de vanguarda conjugava o vocabulário da superação de formas e sentidos, buscando a “natureza elementar da palavra”. Também as artes plásticas ganhavam novas metas e novos suportes. Lívchits descreve da seguinte forma um espetáculo de luzes apresentado pelo pintor – melhor seria dizer artista visual – Kazímir Malévitch: “A inovação e a especificidade do procedimento de Malévitch estava antes de tudo no uso da luz como princípio criador de forma e legitimador da existência do objeto no espaço. Os princípios sustentados pela pintura desde o tempo do impressionismo foram transferidos pela primeira vez para uma esfera tridimensional”.

Se já não fosse valioso como documento, O arqueiro de olho-e-meio – título que não convém explicar antes da leitura do livro – traz momentos de grande beleza, entre eles a descrição afetuosa das estripulias e do doce egocentrismo de Maiakóvski, que, ao estender sua obra de poeta para o palco, o fez com um espetáculo chamado... Maiakóvski, no qual, naturalmente, ele era o ator principal. Lívchits estava diante de figuras geniais, e sabia entendê-las como ninguém.
Autor1LIVCHITS, BENEDIKT

Especificação

ISBN9786586398410
TítuloO arqueiro de olho-e-meio
EditoraCARAMBAIA
Formato16 X 23 cm
Espessura2,1 cm
Páginas336
IdiomaPortuguês
AssuntoLITERATURA, FICCAO E ROMANCE
Tipo de CapaLIVRO CAPA DURA (HARDCOVER)
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2021

QUEM VIU, VIU TAMBÉM

Veja os livros que os outros também se interessam!

Quem viu, viu também

QUEM COMPROU, COMPROU TAMBÉM

Veja os livros que os outros também se interessam!

Quem comprou, comprou também

MAIS VENDIDOS

Veja os livros mais vendidos desta categoria!

Mais Vendidos