Há revoluções que são silenciosas, mas provocam mudanças intensas. Nesse conceito, pode-se enquadrar a professora Adriana de Oliveiro Ribeiro, diretora do Conservatório Lavignac, de Santos. Inconformada com a rigidez e a ênfase na técnica e na teoria, que caracterizavam o aprendizado musical, até mesmo o ensino direcionado às crianças, a recém formada Adriana, em 1950, começou a colocar em prática suas idéias no cenário pedagógico – musical.
Guiada por sua própria convicção, pelas obras e pensamentos de grandes educadores, musicistas e psicólogos – entre eles, o professor francês Albert Lavignac, homenageado pelo conservatório, e o compositor alemão Carl Orff. Adriana Ribeiro desenvolveu um trabalho pioneiro, e elaborou ao longo dos anos, um método de ensino tão importante que chamou a atenção de professores e músicos.
O livro A Música de Todos os Tempos, editado pela Editora Universitária Leopoldianum, é o relato dessa história desde de os primeiros passos, até a atualidade, que segundo ela, continua “aberto para o novo”. A obra também traz pequenas partituras de autoria da própria, inspirados em contos, magia e mitologia, traz também depoimentos de ex-aluno e fotos de espetáculos que ilustram o livro.
A professora e artista plástica Gilda Martins de Figueiredo, no prefácio, diz: “A Música de todos os Tempos não é apenas o relato de uma experiência, é um poema. Um poema de amor que enaltece a pessoa humana e vê sua sensibilidade e todo o seu potencial de vida”. E segundo o maestro e compositor Gilberto Mendes, “Também um verdadeiro poema pedagógico, com seus parágrafos curtos, como se fossem versos, o ritmo das frases, a rapidez descritiva”.