Pensar na supremacia branca como a base da raça e do racismo é crucial, porque nos permite enxergar mais do que a cor da pele. Permite que olhemos para todas as incontáveis maneiras como nossas ações podem estar impregnadas pelo pensamento supremacista branco, independentemente de nossa raça. Sem dúvida, a raça e o racismo nunca se tornarão desimportantes se não conseguirmos reconhecer a necessidade constante de desafiar a supremacia branca. Quando os estudos culturais criaram um contexto no qual a questão da branquitude e do privilégio branco pudesse ser estudada e teorizada, uma nova maneira de pensar e falar sobre raça parecia estar surgindo. Embora estudiosos tenham escrito muito sobre o privilégio branco, nem sempre se esforçaram para mostrar a relação entre noções subjacentes de supremacia branca e privilégio branco. A hiper-racialização da branquitude fez parecer, então, que os temas principais eram a pele branca e os privilégios que ela permitia, e não os modos supremacistas brancos de pensar e agir, expressos por pessoas de todas as cores de pele. É muito provável que a recentralização da branquitude tenha ajudado a silenciar teorias e práticas necessárias para que possamos, de fato, como nação, aprender a nos livrar do racismo.
— bell hooks, na Introdução
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