Como elevar o patamar de satisfação material das necessidades de boa parte da humanidade que ainda vive próximo da linha de pobreza e, ao mesmo tempo, reduzir a pressão sobre o meio ambiente? Para uns, trata-se de uma oposição insolúvel. Para outros, a tecnologia resolverá esta equação num futuro que, no entanto, pode chegar tarde demais. Entre estes dois extremos há um grupo cada vez maior de cientistas e tomadores de decisão que apostam que já estaria em curso uma mudança qualitativa na maneira de nos relacionarmos com a natureza. E nisso, a busca por formas de produção menos intensivas em materiais e energia ocupa lugar de destaque. Caberia agora acelerar essa transição, de forma a permitir que o melhor uso dos recursos naturais possa servir à expansão das liberdades substantivas dos indivíduos, e que isso aconteça sem comprometer a resiliência dos ecossistemas e sua capacidade em continuar prestando os serviços ambientais necessários à vida humana. A solução não reside numa aposta ingênua na tecnologia, mas num conjunto de novas formas sociais de interação entre sociedade e natureza que passam, sim, pela tecnologia, mas envolvem, sobretudo, inovações nos arranjos de mercados, nas instituições de regulação ambiental, nas políticas públicas e nos comportamentos empresariais e de consumidores. Estas são as questões abordadas neste livro por meio de um conjunto de artigos que analisam diferentes aspectos das interdependências entre energia, desenvolvimento e sustentabilidade na realidade contemporânea.