Sinopse1 | Como observa a crítica Maria Betânia Amoroso, nos poemas de Ruy Proença o eu-lírico se move no "intervalo entre morrer e fazer poesia" - daí o sentimento paradoxal de sobriedade e liberdade imagética que caracteriza boa parte deste Visão do térreo. Não por acaso, o amor, a morte, os ferimentos visíveis e os invisíveis afloram com frequência em seus versos. Um bom exemplo encontra-se em "A invisível cicatriz": "nascer/ é ser novinho em folha/ e já deixar cicatriz// viver/ é cobrir os outros/ de cicatrizes/ e ser coberto// mas nem tudo/ são cicatrizes// algumas incisões/ definitivamente/ não se fecham// por isso/ aliás/ morremos".
A melancolia, porém, aparece muitas vezes associada ao humor. Como no divertido "Classificados", em que o poeta divaga por uma página dos classificados do jornal, criando um jogo surpreendente de significados, e em "O Tietê não vai ao mar", paródia de um poema de Ricardo Reis, heterônimo de Pessoa. Mas a certeza do fim não dá sossego ("Ontem/ a morte ceifou/ mais um de nós"), o que faz com que não raro a poesia de Ruy alcance um tom apocalíptico: "Fones de ouvido verterão/ o chumbo quente das canções/ do hit-parade do inferno". Em tais circunstâncias, a beleza - sempre difícil - surge nos pequenos detalhes inesperados. Não será esse o lugar da poesia no mundo contemporâneo? |
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Autor1 | PROENCA, RUY |
ISBN | 9788573263893 |
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Título | VISÃO DO TÉRREO |
Editora | EDITORA 34 |
Formato | 12X18 cm |
Espessura | 1 cm |
Páginas | 112 |
Idioma | Português |
Assunto | POESIA |
Tipo de Capa | LIVRO BROCHURA (PAPERBACK) |
Edição | 1ª Edição |
Ano de Publicação | 2007 |
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