Encontramos as palavras chave dessa pesquisa no seu título: Práticas de vida e sentido das metrópoles São Paulo e Roma: regimes de sentido, regimes de interação, regimes de reescritura. O conceito de interação nas suas diversas declinações é central como procedimento de apreensão e de construção do sentido nas práticas de vida nas cidades. São Paulo e Roma e seus habitantes não são considerados objetos inanimados em relação a sujeitos animados, mas sujeitos semióticos, diversamente dotados de competências, que interagem nas experiências e nas narrativas das quais, nas suas expressões concretas e vivas, se diferenciam daquelas representadas nos media. A análise dos modos e estilos de vida que são considerados como enunciados, concretizados por suas enunciações que resultam da colaboração sincrética das diversas linguagens: verbal, visual, gestual. Trata-se, nesta coletânea, tanto da interação sensível nas relações estabelecidas entre cidade e semioticista, como campo de presença de contínua interferência significante, como também das interações inteligíveis que significam as práticas de vida assumidas nos vários trajetos que atravessam São Paulo e Roma. Entre identidades, conflitos, reescrituras, as duas metrópoles estudadas acabam por anular a oposição entre Europa e América do Sul, cidade antiga e cidade moderna, entre lentidão, paralisações burocráticas e cinismo versus aceleração e capacidade de realizações de grandes projetos, superabundância, diversidade cultural e iconografia estratificada versus rarefação, dominância mediática e abertura criativa, conservação versus projeções para o futuro. Uma pesquisa complexa com resultados que afrontam os objetos até então tomados para estudo pelos semioticistas e que confere um superdimensionamento à orientação semiótica para compreensão da vida e, em especial, das práticas urbanas.