310100158168
Quando foi que começamos a nos esquecer de Deus?
Não sei meu CEP
SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

É difícil saber quando a crise evangélica atual começou, porque um traço característico do movimento é a autocrítica implacável. O evangelicalismo é um movimento de reforma, e um objetivo dos evangélicos é reformar a si mesmos.
Lembro-me de quando tomei consciência de uma crise pessoal que me deu uma noção do desafio que todos enfrentamos. A noção veio em gotas, como na manhã em que me sentei no escritório em minha casa, com a xícara de café na mão, para uma vez mais tentar dar início às minhas devoções diárias. Era no começo do inverno e, sentado na poltrona, olhei para as árvores na vizinhança. O céu matinal estava se iluminando com o sol que nascia, e os contornos dos galhos nus das árvores se destacavam nitidamente.
A seguir veio-me um pensamento que pode ser banal como metáfora, mas surpreendente em seu significado. Os galhos sem vida retratavam o estado de minha vida espiritual. Minha vida cristã estava… bem… sem vida. Eu não tinha nenhum anseio de conhecer e amar a Deus. Não estava zangado com ele. Não duvidava de sua existência. Não estava lutando contra o problema do mal. Estava sendo um cristão fiel tanto quanto sabia ser. Mas — a ideia me ocorreu — eu não sentia nenhum amor por Deus.
Enquanto tomava o café, minha mente foi engrenando devagar. Percebi também que, embora orasse e lesse as Escrituras regularmente, mesmo que aos trancos e barrancos, minha vida não seria muito diferente se eu não orasse e lesse minha Bíblia. Eu estava vivendo como um ateu prático. Minha relação pessoal com Deus não afetava realmente nada do que fazia ou dizia, exceto os ornamentos formais do cristianismo. Eu era, nessa época, editor geral da Christianity Today, por isso, naturalmente, publicava e escrevia muitos textos que eram cristãos até o âmago. Mas percebi que, se nunca mais orasse, ainda conseguiria ser um editor muito bom de uma revista cristã e um membro muito bom da igreja em minha paróquia local. Sabia como me relacionar bem com os outros, gerenciar a equipe, trabalhar com os superiores, interagir com colegas da igreja, conseguir que as tarefas fossem realizadas, e assim por diante. Mas orar não era necessariamente fazer tudo isso. Aquelas eram habilidades aprendidas que haviam, até certo ponto, se tornado bons hábitos. Meu relacionamento pessoal com Deus não fazia nenhuma diferença, no fim das contas.
Meu pensamento seguinte foi: “Bem, se me considero cristão, eu deveria ter mais amor a Deus e desejar conhecê-lo mais profundamente. Talvez eu devesse orar para isso”. Todavia, naquela manhã, como em outras, ocorreu-me que eu não estava certo de querer aquilo. Reconheci que aquela era uma confissão estranha para alguém que alegava ser cristão. Mas era isso. Não achava que quisesse amar mais a Deus de fato.
Eu havia mergulhado nas Escrituras e na teologia cristã fundo o bastante para saber que não havia desejo maior do que ansiar por Deus, alegria ou felicidade maior do que conhecer a Deus com uma intimidade crescente. E, no entanto, precisava admitir, enquanto olhava para aqueles galhos sem folhas e para dentro de meu coração gelado, que tinha pouco ou nenhum interesse nisso.
Percebi, naquele momento, que não havia como ocultar tudo isso de Deus, e que Deus já conhecia o estado de meu coração e minha vontade havia algum tempo e estava esperando, paciente e misericordiosamente, que eu mesmo o notasse. Foi quando percebi também que a oração mais sincera seria simplesmente: “Senhor, ajuda-me a querer te amar”.
Há um risco em universalizar a experiência pessoal de alguém para aplicar aos outros, quanto mais a todo um corpo de crentes. Mas, na verdade, creio que o processo foi o inverso. Já há algumas décadas, como comprovam meus textos, tenho notado que o cristianismo em meu país tem se mostrado cada vez menos interessado em Deus e cada vez mais interessado em executar boas ações para Deus. Aprendemos como sermos eficazes para ele a ponto de não precisarmos mais dele. Foi essa preocupação gradativa que finalmente se apoderou de mim, fazendo-me compreender que essa não era apenas uma crise de outras pessoas, mas uma crise que todos compartilhamos. Sendo tão integrado ao cristianismo evangélico, sentia-me especialmente preocupado com a minha própria tribo.
E eu não era o único a pensar que há uma crise evangélica. Se tivesse de escolher o momento em que a crise atual começou a aflorar em nossa consciência, escolheria a publicação em 1995 do livro de Dave Tomlinson, The Post-Evangelical [O pós-evangélico]. Ele situou o início do livro dois anos antes, quando, no Greenbelt Festival, na Grã-Bretanha, um amigo fez uma referência de passagem a “nós, pós-evangélicos”. Embora não tivesse certeza do que significava, Tomlinson decidiu descobrir, já que o termo repercutia nele e em seus amigos. O livro, nas palavras dele, é um “ensaio pastoral dirigido àqueles (e há muitos) […] que lutam com restrições na teologia, espiritualidade e cultura da igreja evangélica”.

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Sinopse1É difícil saber quando a crise evangélica atual começou, porque um traço característico do movimento é a autocrítica implacável. O evangelicalismo é um movimento de reforma, e um objetivo dos evangélicos é reformar a si mesmos.
Lembro-me de quando tomei consciência de uma crise pessoal que me deu uma noção do desafio que todos enfrentamos. A noção veio em gotas, como na manhã em que me sentei no escritório em minha casa, com a xícara de café na mão, para uma vez mais tentar dar início às minhas devoções diárias. Era no começo do inverno e, sentado na poltrona, olhei para as árvores na vizinhança. O céu matinal estava se iluminando com o sol que nascia, e os contornos dos galhos nus das árvores se destacavam nitidamente.
A seguir veio-me um pensamento que pode ser banal como metáfora, mas surpreendente em seu significado. Os galhos sem vida retratavam o estado de minha vida espiritual. Minha vida cristã estava… bem… sem vida. Eu não tinha nenhum anseio de conhecer e amar a Deus. Não estava zangado com ele. Não duvidava de sua existência. Não estava lutando contra o problema do mal. Estava sendo um cristão fiel tanto quanto sabia ser. Mas - a ideia me ocorreu - eu não sentia nenhum amor por Deus.
Enquanto tomava o café, minha mente foi engrenando devagar. Percebi também que, embora orasse e lesse as Escrituras regularmente, mesmo que aos trancos e barrancos, minha vida não seria muito diferente se eu não orasse e lesse minha Bíblia. Eu estava vivendo como um ateu prático. Minha relação pessoal com Deus não afetava realmente nada do que fazia ou dizia, exceto os ornamentos formais do cristianismo. Eu era, nessa época, editor geral da Christianity Today, por isso, naturalmente, publicava e escrevia muitos textos que eram cristãos até o âmago. Mas percebi que, se nunca mais orasse, ainda conseguiria ser um editor muito bom de uma revista cristã e um membro muito bom da igreja em minha paróquia local. Sabia como me relacionar bem com os outros, gerenciar a equipe, trabalhar com os superiores, interagir com colegas da igreja, conseguir que as tarefas fossem realizadas, e assim por diante. Mas orar não era necessariamente fazer tudo isso. Aquelas eram habilidades aprendidas que haviam, até certo ponto, se tornado bons hábitos. Meu relacionamento pessoal com Deus não fazia nenhuma diferença, no fim das contas.
Meu pensamento seguinte foi: “Bem, se me considero cristão, eu deveria ter mais amor a Deus e desejar conhecê-lo mais profundamente. Talvez eu devesse orar para isso”. Todavia, naquela manhã, como em outras, ocorreu-me que eu não estava certo de querer aquilo. Reconheci que aquela era uma confissão estranha para alguém que alegava ser cristão. Mas era isso. Não achava que quisesse amar mais a Deus de fato.
Eu havia mergulhado nas Escrituras e na teologia cristã fundo o bastante para saber que não havia desejo maior do que ansiar por Deus, alegria ou felicidade maior do que conhecer a Deus com uma intimidade crescente. E, no entanto, precisava admitir, enquanto olhava para aqueles galhos sem folhas e para dentro de meu coração gelado, que tinha pouco ou nenhum interesse nisso.
Percebi, naquele momento, que não havia como ocultar tudo isso de Deus, e que Deus já conhecia o estado de meu coração e minha vontade havia algum tempo e estava esperando, paciente e misericordiosamente, que eu mesmo o notasse. Foi quando percebi também que a oração mais sincera seria simplesmente: “Senhor, ajuda-me a querer te amar”.
Há um risco em universalizar a experiência pessoal de alguém para aplicar aos outros, quanto mais a todo um corpo de crentes. Mas, na verdade, creio que o processo foi o inverso. Já há algumas décadas, como comprovam meus textos, tenho notado que o cristianismo em meu país tem se mostrado cada vez menos interessado em Deus e cada vez mais interessado em executar boas ações para Deus. Aprendemos como sermos eficazes para ele a ponto de não precisarmos mais dele. Foi essa preocupação gradativa que finalmente se apoderou de mim, fazendo-me compreender que essa não era apenas uma crise de outras pessoas, mas uma crise que todos compartilhamos. Sendo tão integrado ao cristianismo evangélico, sentia-me especialmente preocupado com a minha própria tribo.
E eu não era o único a pensar que há uma crise evangélica. Se tivesse de escolher o momento em que a crise atual começou a aflorar em nossa consciência, escolheria a publicação em 1995 do livro de Dave Tomlinson, The Post-Evangelical [O pós-evangélico]. Ele situou o início do livro dois anos antes, quando, no Greenbelt Festival, na Grã-Bretanha, um amigo fez uma referência de passagem a “nós, pós-evangélicos”. Embora não tivesse certeza do que significava, Tomlinson decidiu descobrir, já que o termo repercutia nele e em seus amigos. O livro, nas palavras dele, é um “ensaio pastoral dirigido àqueles (e há muitos) […] que lutam com restrições na teologia, espiritualidade e cultura da igreja evangélica”.
Autor1GALLI, MARK

Especificação

ISBN9786586027921
TítuloQuando foi que começamos a nos esquecer de Deus?
EditoraMUNDO CRISTAO
Formato13.7 X 20.5 cm
Espessura1.3 cm
Páginas240
IdiomaPortuguês
AssuntoRELIGIAO E ESPIRITUALIDADE
Tipo de CapaLIVRO BROCHURA (PAPERBACK)
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2021

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