A descentralização, na maioria dos países da América Latina, entre eles o Brasil, surge no âmbito das políticas de reforma do Estado e da educação da década de 1990, influenciadas tanto pelo contexto de crise quanto pelos movimentos políticos e sociais que questionaram a legitimidade de um modelo de Estado autoritário e centralizador, no que dizia respeito ao planejamento e à gestão das áreas sociais e da área educacional em particular. No caso brasileiro, a partir destas condições ? e com as novas relações federativas inauguradas com a Constituição de 1988 - verificou-se uma revalorização do ?local? e das municipalidades como espaços privilegiados para se colocar em prática formas inovadoras de planejamento da educação, aproveitando a definição constitucional dos municípios como entes federativos autônomos e o estabelecimento dos sistemas municipais de ensino. O relevante e oportuno estudo de João Augusto Gentilini, discute essas possibilidades, seus riscos e limites. Traz uma base teórica, mesmo que preliminar, mas fundamentada em experiências concretas, de grande utilidade para os gestores da educação nos municípios, considerados neste livro como dirigentes e como atores políticos no âmbito do poder local.