A publicação mais uma vez da obra intelectual de Astrojildo Pereira, por ocasião do centenário da morte de Machado de Assis, reacende a necessidade de se fazer justiça a um dos críticos literários mais importantes do século XX, como gostava de destacar o historiador Nelson Werneck Sodré. O mais curioso ainda e que esta reabilitação parta exatamente de uma publicação que conta com apoio decisivo da Academia Brasileira de Letras, e de vários de seus integrantes, que desde o principio se colocaram a disposição nesta reedição em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira. Pode-se até dizer que foram duas as idéias fixas de Astrogildo durante toda sua vida - o comunismo e Machado de Assis, não necessariamente nesta ordem -, a começar por aquela visita inesperada ao escritor moribundo; e sua participação intensa na luta social, sofrendo com ela todas as conseqüências possíveis, de perseguição política a incompreensão entre seus próprios pares, tendo ate sido expulso da organização política que ajudou a construir sob a alegação de que era um 'intelectual pequeno-burguês'.