Na organização da obra, teve-se em mente retratar o período de quase 10 anos, que Joaquim Nabuco foi correspondente internacional. Na época escreveu principalmente para o Jornal do Commercio, de Júlio Villeneuve; para O Paiz, cujo redator-chefe era o republicano Quintino Bocaiuva; para o Jornal do Brazil, órgão monarquista de Rodolfo Dantas; e para o La Razón, de Montevidéu. Foram ao todo 300 correspondências, a grande maioria escritas a partir de Londres, mas também de Roma e Buenos Aires. Imagina-se que Joaquim Nabuco tenha sido o primeiro correspondente internacional de nossa imprensa. Nesse período, ofereceu aos leitores brasileiros uma visão lúcida da política, da economia e da cultura europeias. O foco de sua atenção era a política britânica, interna e externa, mas estava também atento às disputas entre as grandes potências, como Grã-Bretanha, França e Alemanha, passando por fenômenos emergentes, como a reforma eleitoral na Inglaterra e a crise financeira que atingiu a Argentina na última década do século XIX.