O farmacêutico e naturalista alemão Theodoro Peckolt (1822 - 1912) foi um estudioso da flora brasileira desde 1847, contemporâneo e colaborador da obra de Von Martius ("Flora Brasiliensis") e um pioneiro da fitoquímica no Brasil.

Durante os 65 anos que viveu no Brasil, estudou cerca de seis mil plantas plantas brasileiras de diversas famílias e publicou diversos periódicos e livros com suas análises sobre a química e as propriedades farmacêuticas dessas espécies, com suas observações das condições de habitat e reprodução, além de informações coletadas sobre nomes populares e usos, pesquisados junto aos nativos.

Peckolt foi membro da seção de química e toxicologia do Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro (1858-1887), considerada uma das mais importantes associações farmacêuticas no século XIX.

Nesta obra de Theodor Peckolt, publicada em coautoria com seu filho Gustav Peckolt em 8 fascículos, entre os anos de 1888 e 1914, estão reunidas as informações sobre os usos tradicionais, características botânicas e resultados de análises químicas de quase mil plantas nativas do Brasil ou adaptadas.

Trata-se de um registro valioso da biodiversidade de espécies, seus diversos usos medicamentosos e como corantes pelos indígenas, um recorde de análises químicas (que ainda não foi batido) e uma grande fonte de inspiração para valorização, preservação e continuidade das pesquisas sobre propriedades de espécies da nossa flora, aliadas a usos sustentáveis.