Este livro tem como objectivo a análise das políticas económicas e sociais praticadas no período 1975/1986, no quadro das teorias sobre o socialismo nos países periféricos. O autor envolve as suas reflexões com a experiência profissional que viveu, no citado período, em Moçambique. Procura-se demonstrar que embora o modelo económico aplicado possuísse coerência teórica, os seus pressupostos e formas de aplicação, conduziriam Moçambique a uma crise económica, agravada por factores, internos e externos a nível político, social e económico. Embora a abordagem do autor seja fundamentalmente económica, o texto está complementado com referências aos âmbitos sociais e políticos, onde se destacam a configuração da estrutura económica moderna e das burocracias pós-independência, as relações de poder e as alianças e não alianças políticas de cada fase, a complexidade das sociedade e as relações entre os poderes formais e informais, o processo de radicalização ideológica e os reflexos sobre a economia, o reforço mútuo entre a guerra e a crise global da sociedade, o ajustamento estrutural, as relações externas, entre outros aspectos. O autor finalizou a obra tendo procurado os naturais condicionamentos anteriores ao seu doutoramento que, inevitavelmente marcados pela sua experiência activa no processo moçambicano, poderiam significar interpretações normativas. Para tornar mais atractiva a leitura das secções especializadas, procurou-se um estilo simples marcado pela apresentação de relatos e exemplos concretos.