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DEZ POEMAS DA VIZINHANÇA VAZIA
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SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

'Escrever poemas é uma atividade muito livre. Em um pequeno número de casos ela redunda em uma publicação. Entretanto, enquanto é mantida em regime de circulação particular a poesia opera como uma autoterapia verbal, externando-nos para nossa própria contemplação e análise. O rascunho manuscrito em qualquer superfície é o poema lido-escrito-reescrito simultaneamente por seu único e coincidente autor e leitor. Fazer um livro com esse material inóspito, descontínuo e contingente que é a experiência sensível que produz a expressão lírica já é outra coisa. A poesia se realiza de outra maneira e o livro sucede o autor. De certa forma, os poemas deixam de pertencer ao autor e uma pessoa real desconhecida, presente ou futura, toma o lugar de leitor. Fazer o livro é abandonar os poemas. Olhar para os poemas ainda não escritos. Fazer o livro é também tratar de coisas pertencentes à realidade - papel, tinta, formatos, acabamentos, colas, quantidades. Os poemas se tornam pretexto de um conjunto de acontecimentos. Faço este livro como uma edição de autor, no sentido de que cuidei de todas as etapas elaborativas. Ao fazê-lo, quis também patentear isso, convidando dois amigos a participarem dele, não por serem competentes em suas respectivas áreas de atuação, mas por serem pessoas que constituem minha rede afetiva na vida solta da cidade. Gilberto Mariotti fez o desenho para a capa do livro, que aos poucos foi se impondo e determinando seus sentidos, que no começo eram muito difusos para mim. Essa intervenção declarou sentidos novos sobre os poemas. Luana Chnaiderman de Almeida escreveu a apresentação como uma carta, declinando das prerrogativas do discurso crítico e científico, que possui, e aderindo aos poemas de uma forma que foi também esclarecedora para mim do sentido deles. Ronaldo Alves fez a capa, propondo uma construção em abismo que acolhi interessado e cujos sentidos me parece virem de uma sobreposição de matérias, digamos, históricas, como a página de rosto que imita uma capa cujo desenho emula publicações brasileiras de poesia dos anos 50 e 60 e que é posta como um livro em todo seu peso no espaço gráfico da capa, digamos, real. Uma brincadeira com a profundidade e as camadas de realidade. A primeira pessoa escreve os poemas. A primeira pessoa se apresenta neste momento invisível que é o da escrita, mesmo podendo ser lembrado e descrito, e se desfaz nele também. A primeira pessoa não tem carteira de identidade, não é autor. A primeira pessoa nunca foi entrevistada. Eu acho que já a vi. Todos acham que uma hora ou outra encontraram a primeira pessoa. Agora, ela não está aqui.' - Iuri Pereira

Especificações Técnicas

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Sinopse1'Escrever poemas é uma atividade muito livre. Em um pequeno número de casos ela redunda em uma publicação. Entretanto, enquanto é mantida em regime de circulação particular a poesia opera como uma autoterapia verbal, externando-nos para nossa própria contemplação e análise. O rascunho manuscrito em qualquer superfície é o poema lido-escrito-reescrito simultaneamente por seu único e coincidente autor e leitor. Fazer um livro com esse material inóspito, descontínuo e contingente que é a experiência sensível que produz a expressão lírica já é outra coisa. A poesia se realiza de outra maneira e o livro sucede o autor. De certa forma, os poemas deixam de pertencer ao autor e uma pessoa real desconhecida, presente ou futura, toma o lugar de leitor. Fazer o livro é abandonar os poemas. Olhar para os poemas ainda não escritos. Fazer o livro é também tratar de coisas pertencentes à realidade - papel, tinta, formatos, acabamentos, colas, quantidades. Os poemas se tornam pretexto de um conjunto de acontecimentos. Faço este livro como uma edição de autor, no sentido de que cuidei de todas as etapas elaborativas. Ao fazê-lo, quis também patentear isso, convidando dois amigos a participarem dele, não por serem competentes em suas respectivas áreas de atuação, mas por serem pessoas que constituem minha rede afetiva na vida solta da cidade. Gilberto Mariotti fez o desenho para a capa do livro, que aos poucos foi se impondo e determinando seus sentidos, que no começo eram muito difusos para mim. Essa intervenção declarou sentidos novos sobre os poemas. Luana Chnaiderman de Almeida escreveu a apresentação como uma carta, declinando das prerrogativas do discurso crítico e científico, que possui, e aderindo aos poemas de uma forma que foi também esclarecedora para mim do sentido deles. Ronaldo Alves fez a capa, propondo uma construção em abismo que acolhi interessado e cujos sentidos me parece virem de uma sobreposição de matérias, digamos, históricas, como a página de rosto que imita uma capa cujo desenho emula publicações brasileiras de poesia dos anos 50 e 60 e que é posta como um livro em todo seu peso no espaço gráfico da capa, digamos, real. Uma brincadeira com a profundidade e as camadas de realidade. A primeira pessoa escreve os poemas. A primeira pessoa se apresenta neste momento invisível que é o da escrita, mesmo podendo ser lembrado e descrito, e se desfaz nele também. A primeira pessoa não tem carteira de identidade, não é autor. A primeira pessoa nunca foi entrevistada. Eu acho que já a vi. Todos acham que uma hora ou outra encontraram a primeira pessoa. Agora, ela não está aqui.' - Iuri Pereira
Autor1PEREIRA, IURI

Especificação

ISBN9788577152988
TítuloDEZ POEMAS DA VIZINHANÇA VAZIA
EditoraEDITORA HEDRA
Formato14 X 21 cm
Espessura1 cm
Páginas96
IdiomaPortuguês
AssuntoPOESIA
Tipo de CapaLIVRO BROCHURA (PAPERBACK)
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2013

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