No primeiro dos ensaios reunidos neste livro, 'Não se deve confiar nas aparências', Joyce – quando muito jovem – reserva ao olho o papel de única exceção a essa máxima, apontando que ele “nos revela a culpa e a inocência, os vícios e as virtudes da alma”. Esse texto já sugere aspectos fundamentais da obra e da vida do escritor, desenvolvida a partir de elementos como a culpa e o vício, a inocência e a virtude. De modo análogo ao olho por ele distinguido, seu olhar sobre a Irlanda, a vida e a arte desvela, em sua superfície os fundamentos do autor, lançando luz sobre sua obra ficcional e poética. Com este livro – organizado por destacados joycianos brasileiros que acumulam a incansável dedicação à tarefa de (bem) traduzir – Joyce parece estar mais presente, mais vivo entre nós, embora fôssemos, já, privilegiados pela existência de múltiplas traduções de sua ficção.
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