Embora sendo uma disciplina relativamente jovem, a bioética encontra atualmente importante inserção não somente na área acadêmica, mas também no campo da política, da religião, e nas demais questões sociais de maneira geral. Longe estão os paradigmas de que a vida se gera endogamicamente. As últimas investigações científicas sobre biologia molecular, sobre a extinção dos Neanderthals, os múltiplos elos perdidos da humanidade e a sobrevivência das espécies animais e humanas, coincidem claramente que sem intercambio, sem a interação e a conexão na diversidade, não há vida possível. Isto tem ainda maior implicação na dimensão da vida social, como também do meio ambiente em geral. Portanto, a diversidade está aí como condição de vida de nossa própria espécie biológica, social, cultural, civilizacional. Por isso, as conexões entre diferenças determinam em grande parte a convivência e a sobrevivência de nossas espécies. A bioética é também a possibilidade de encontrar pontos mínimos comuns de vida na diversidade. Tais éticas de vida garantem a convivência pacífica se acompanhadas de uma moral imparcial, cujos princípios se formulem sobre as bases da não discriminação direta ou indireta sobre os demais, a liberdade de consciência de sua própria crença, e, por sua vez, em uma autonomia política frente a imposições de culturas particulares. Isto não é mais que conectar a diversidade do povo (laos) a éticas de vida comuns (bioética), gestionadas por morais de convivência imparciais (laicidade). Este trabalho coletivo 'Laicidade e bioética - vida e diversidade em conexão' busca refletir, a partir de distintos autores e enfoques, sobre a possibilidade de potencializar os diferenciais, de alçar a bandeira da diversidade em todas suas dimensões e o intercambio em todas suas direções - isto é, a vida em conexão.