Teresinha de Lisieux encontrou no Evangelho "um caminho todo novo" e todo simples, para o qual sente que Deus a chama e, após si, a multidão quase infinita das "pequeninas almas", também predestinadas a atingir a mais alta perfeição cristã pelo caminho de uma vida completamente ordinária. A Igreja não se enganou: canonizando sua vida, canonizou-lhe a doutrina. A infância espiritual é um caminho autêntico de santidade. Assim o proclamou o Papa Pio XI: a humilde carmelita traz ao mundo "uma nova mensagem", "Omen Novum". O caminho da infância espiritual marca nova época na Igreja, tornando a santidade acessível a todos. Santa Teresinha pertence à linhagem dos maiores mestres da perfeição cristã. Não trouxe ao mundo um novo evangelho. A espiritualidade cristã, considerada em sua essência invariável, é uma vida de união a Deus Pai por Cristo Mediador, vida conhecida e praticada por todos os santos, desde a primitiva Igreja. Mas se quisermos designar por "espiritualidade cristã" uma exposição de conjunto dos meios de união a Deus, houve então, historicamente, verdadeiras renovações, novas fórmulas de espiritualidade, mais adequadas às diversas circunstâncias da vida da Igreja. Em face dos desvios do pensamento humano, o papel providencial dos Santos foi o de reconduzir os homens ao espírito do Evangelho, ou o de desenvolver verdades cristãs, até então inexploradas.