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Descrição

Belo Horizonte, meados do século xx. Classe média tradicional, católica. Tempo em que as famílias tinham muitos filhos, que as mães tratavam de educar ficando em casa. Tempo de lençóis cheirosos, guardados em gavetas trancadas. Esse é o mergulho de Maria Christina Monteiro de Castro, em seu primeiro romance, que mistura ficção e realidade. É o Brasil profundo, em que mergulha-se apenas ultrapassados os primeiros capítulos. Há ali pilhas de dados para sociólogos, psicólogos, psicanalistas. Mas há, sobretudo, gente, e gente interessante. Onde estão essas figuras, que povoavam as velhas casas de família? O avô materno, contador de histórias, amante de frases latinas. O avô que tinha surtos terríveis de cólera, e vivia com um galo na cabeça de tanto batê-la contra as paredes. O outro que lia muito, tinha paixão pelas guerras púnicas. O tio mulherengo e o outro que respondia, quando acusado de adultério - 'Ninguém tem ideia de como é cansativo ser casado com mulher inteligente 24 horas por dia!'. Mas as figuras centrais, na primeira parte do livro, são o pai e a mãe, desenhados com relevo. Da mãe vinha a religião; e desse tema ninguém podia escapar. A menina inteligente (que é a narradora do livro) embaralhava tudo - Quem é Deus? 'Ah, meu Deus, essa menina faz cada pergunta!'. É a menina que conta - 'Para o bem e para o mal, fomos moldados por seu nome - onipresente, onisciente, implacável, perfeitíssimo.' Era a marca que o jansenismo francês imprimira ao catolicismo brasileiro, e que ainda recentemente estava em vigor. Resultado, anota a narradora - o ser humano como náufrago em mares encapelados, à mercê de forças ocultas. A menina sensível, imaginativa, ia à forra lendo muito, lendo de tudo. E a casa cheia de gente era divertida. Declamava-se! Fazia-se teatro, sem a televisão para cortar tudo. Mesmo nas famílias felizes, existe a luta por um lugar ao sol. Muito mais sensível na família antiga, que era um ambiente mais fechado. Nesse romance de formação, vê-se o jogo das quatro irmãs em torno da figura carismática do pai. A família pede que cada uma delas se defina. E sobre a casa inteira reinava o pai, deus tutelar, objeto de reverência e adoração. Político bem-sucedido, distribuía agrados às filhas, cultivava a sua corte. Nesse quadro, lenta e segura, transcorria a vida. Depois, em visão retrospectiva, é que se iam descerrar as cortinas, fazer-se luz sobre certos comportamentos - a paixão daquele por aquela, a doce perversidade do tio, o choro contínuo da filha da vizinha, a casa vendida às pressas, os primos jurados de morte.

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Sinopse1Belo Horizonte, meados do século xx. Classe média tradicional, católica. Tempo em que as famílias tinham muitos filhos, que as mães tratavam de educar ficando em casa. Tempo de lençóis cheirosos, guardados em gavetas trancadas. Esse é o mergulho de Maria Christina Monteiro de Castro, em seu primeiro romance, que mistura ficção e realidade. É o Brasil profundo, em que mergulha-se apenas ultrapassados os primeiros capítulos. Há ali pilhas de dados para sociólogos, psicólogos, psicanalistas. Mas há, sobretudo, gente, e gente interessante. Onde estão essas figuras, que povoavam as velhas casas de família? O avô materno, contador de histórias, amante de frases latinas. O avô que tinha surtos terríveis de cólera, e vivia com um galo na cabeça de tanto batê-la contra as paredes. O outro que lia muito, tinha paixão pelas guerras púnicas. O tio mulherengo e o outro que respondia, quando acusado de adultério - 'Ninguém tem ideia de como é cansativo ser casado com mulher inteligente 24 horas por dia!'. Mas as figuras centrais, na primeira parte do livro, são o pai e a mãe, desenhados com relevo. Da mãe vinha a religião; e desse tema ninguém podia escapar. A menina inteligente (que é a narradora do livro) embaralhava tudo - Quem é Deus? 'Ah, meu Deus, essa menina faz cada pergunta!'. É a menina que conta - 'Para o bem e para o mal, fomos moldados por seu nome - onipresente, onisciente, implacável, perfeitíssimo.' Era a marca que o jansenismo francês imprimira ao catolicismo brasileiro, e que ainda recentemente estava em vigor. Resultado, anota a narradora - o ser humano como náufrago em mares encapelados, à mercê de forças ocultas. A menina sensível, imaginativa, ia à forra lendo muito, lendo de tudo. E a casa cheia de gente era divertida. Declamava-se! Fazia-se teatro, sem a televisão para cortar tudo. Mesmo nas famílias felizes, existe a luta por um lugar ao sol. Muito mais sensível na família antiga, que era um ambiente mais fechado. Nesse romance de formação, vê-se o jogo das quatro irmãs em torno da figura carismática do pai. A família pede que cada uma delas se defina. E sobre a casa inteira reinava o pai, deus tutelar, objeto de reverência e adoração. Político bem-sucedido, distribuía agrados às filhas, cultivava a sua corte. Nesse quadro, lenta e segura, transcorria a vida. Depois, em visão retrospectiva, é que se iam descerrar as cortinas, fazer-se luz sobre certos comportamentos - a paixão daquele por aquela, a doce perversidade do tio, o choro contínuo da filha da vizinha, a casa vendida às pressas, os primos jurados de morte.
Autor1CASTRO, MARIA CHRISTINA MONTEIRO DE

Especificação

ISBN9788561022693
TítuloPOR ENQUANTO AGORA
EditoraAPICURI
Formato14 X 21 cm
Espessura2 cm
Páginas280
IdiomaPortuguês
AssuntoLITERATURA BRASILEIRA
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2012

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