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SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

'Maurice', de E.M. Forster, foi escrito entre 1912 e 1913, mas só foi publicado em 1971, após a morte do autor e conforme o seu desejo. O romance narra a história de Maurice e suas paixões por outros rapazes, o que é, ainda hoje, uma temática controversa. As razões para Maurice ter permanecido inédito são explicadas, em parte, pelo próprio autor nas notas escritas em 1960 e que se encontram ao final da presente edição. É a primeira vez que Maurice é publicado no Brasil. Tendo em conta o tema da homossexualidade na literatura moderna do princípio do século, surpreende a perspectiva de Forster, o caráter radical do seu enfoque. Em sua narrativa não encontrarmos as saídas mais corriqueiras em torno do tema. A experiência vivida por seus personagens não se consuma em algum tipo de sublimação, ou na condenação de suas condutas, mediante alguma conclusão trágica. Pelo contrário, 'Maurice' é um romance que aponta para um final feliz. E de uma felicidade perene, pois fica implícito que Maurice e seu companheiro talvez vivam daí para a frente juntos e monogamicamente. Ao mesmo tempo, Forster enfrenta outros valores poderosos da sociedade, como o religioso, e sua opção é clara, atirando os jovens do romance definitivamente no ateísmo sem culpas. Outra audácia sua talvez seja o modo como toca numa das aporias centrais na história da afetividade até hoje; a diferença de classes entre os envolvidos como fator de impossibilidade de realização do amor. Temática corriqueira na literatura amorosa e chave fundamental para a interpretação de seus outros romances, ela é projetada em Maurice no âmbito de relações entre pessoas do mesmo sexo. A paixão de Maurice por Scudder, um ''simples'' guarda-caças de seu amigo Clive, consolida uma aliança que transcende suas diferenças sociais. No terreno mais específico das representações, o amor homossexual entre os antigos, particularmente os gregos, comparece em Maurice, tal como em outros romances e novelas do período. Mas todas as referências à Grécia culminam no contrário. Se na acrópole de Atenas não é possível uma grande revelação que torne o amor entre dois homens ''natural'', esvazia-se a chancela simbólica e filosófica para os desejos de um homem pelo outro, e Forster torna essa paixão definitivamente concreta. Em mais um aspecto o romance é crucial no terreno dessas representações literárias. Maurice não possui nenhum traço diferenciador que o estigmatize ou sobreleve. Ele é apenas um jovem comum, engolindo aos poucos o duro conhecimento que adquire ao se chocar com a estrutura quase monolítica dos interditos sociais. Não é o artista incompreendido, o marginal, o demoníaco, o intelectual anti-burguês, ou Oscar Wilde e sua persona. É apenas um rapaz que sente amor por outros homens, sem nenhuma intelectualização ou simbolização estética. Eis aí uma perspectiva inesperada e, possivelmente, mais generosa com a sexualidade humana.

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Sinopse1'Maurice', de E.M. Forster, foi escrito entre 1912 e 1913, mas só foi publicado em 1971, após a morte do autor e conforme o seu desejo. O romance narra a história de Maurice e suas paixões por outros rapazes, o que é, ainda hoje, uma temática controversa. As razões para Maurice ter permanecido inédito são explicadas, em parte, pelo próprio autor nas notas escritas em 1960 e que se encontram ao final da presente edição. É a primeira vez que Maurice é publicado no Brasil. Tendo em conta o tema da homossexualidade na literatura moderna do princípio do século, surpreende a perspectiva de Forster, o caráter radical do seu enfoque. Em sua narrativa não encontrarmos as saídas mais corriqueiras em torno do tema. A experiência vivida por seus personagens não se consuma em algum tipo de sublimação, ou na condenação de suas condutas, mediante alguma conclusão trágica. Pelo contrário, 'Maurice' é um romance que aponta para um final feliz. E de uma felicidade perene, pois fica implícito que Maurice e seu companheiro talvez vivam daí para a frente juntos e monogamicamente. Ao mesmo tempo, Forster enfrenta outros valores poderosos da sociedade, como o religioso, e sua opção é clara, atirando os jovens do romance definitivamente no ateísmo sem culpas. Outra audácia sua talvez seja o modo como toca numa das aporias centrais na história da afetividade até hoje; a diferença de classes entre os envolvidos como fator de impossibilidade de realização do amor. Temática corriqueira na literatura amorosa e chave fundamental para a interpretação de seus outros romances, ela é projetada em Maurice no âmbito de relações entre pessoas do mesmo sexo. A paixão de Maurice por Scudder, um ''simples'' guarda-caças de seu amigo Clive, consolida uma aliança que transcende suas diferenças sociais. No terreno mais específico das representações, o amor homossexual entre os antigos, particularmente os gregos, comparece em Maurice, tal como em outros romances e novelas do período. Mas todas as referências à Grécia culminam no contrário. Se na acrópole de Atenas não é possível uma grande revelação que torne o amor entre dois homens ''natural'', esvazia-se a chancela simbólica e filosófica para os desejos de um homem pelo outro, e Forster torna essa paixão definitivamente concreta. Em mais um aspecto o romance é crucial no terreno dessas representações literárias. Maurice não possui nenhum traço diferenciador que o estigmatize ou sobreleve. Ele é apenas um jovem comum, engolindo aos poucos o duro conhecimento que adquire ao se chocar com a estrutura quase monolítica dos interditos sociais. Não é o artista incompreendido, o marginal, o demoníaco, o intelectual anti-burguês, ou Oscar Wilde e sua persona. É apenas um rapaz que sente amor por outros homens, sem nenhuma intelectualização ou simbolização estética. Eis aí uma perspectiva inesperada e, possivelmente, mais generosa com a sexualidade humana.
Autor1FORSTER, EDWARD MORGAN

Especificação

ISBN9788525041197
TítuloMaurice
EditoraEDITORA GLOBO
Formato14 X 21 cm
Espessura2 cm
Páginas264
IdiomaPortuguês
AssuntoLITERATURA ESTRANGEIRA
Tipo de CapaLIVRO BROCHURA (PAPERBACK)
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2006

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