Em 'Prometeu Prisioneiro', 'Ájax', 'Édipo Rei', 'As Bacantes', 'Édipo em Colono' e 'Agamêmnon', o tradutor percorreu, numa rica amostragem, um amplo espaço da tragédia grega. Entretanto, o seu projeto tradutório compreende quase todo o legado do gênio helênico no palco, incluindo, portanto, a vertente cômica desse universo cênico. É claro, neste caso, que está se falando de Aristófanes, antes de mais nada, e é com duas peças dessa matriz que o leitor brasileiro terá oportunidade de entrar em contato com a fala única de suas origens, que 'Lisístrata e Tesmoforiantes' nos transmitem, carregada de toda força inventiva, às vezes até brutal, da sátira verbalizada e vocalizada pelos sátiros da terra dos sátiros.É, pois, com toda razão poética que o tradutor nos diz que "na montagem de formas e registros dissímiles", de suas junções, "despontam, inesperadas, as fagulhas do riso", que encobrem "latentes os elementos sutis, complexos e conflituosos que configuravam o imaginário grego da época" e que conservam, pela magia de sua arte, o poder de falar aos olhos e à imaginação do leitor e do espectador de hoje.
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