A idealização desta obra respondeu a uma inquietação dos organizadores, que acompanharam o deslocamento da aprendizagem dos estudantes de Odontologia para os cenários do Sistema Único de Saúde (SUS) durante anos sem, contudo, que uma preparação acadêmica ou técnica acompanhasse e sustentasse essa mudança.

Muitas foram as discussões entre educadores e gestores/profissionais dos serviços de saúde a esse respeito, quando as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Odontologia apontaram essa necessidade, porém, de maneira pouco pragmática e ordenadora, o que fez com que a prática se antecipasse à preparação e os estudantes começassem a atuar no SUS, sob supervisão, mas sem a devida reflexão sobre o tipo de aprendizagem que se adotava.

A trajetória dos organizadores sempre esteve muito próxima da inovação pedagógica na formação odontológica, com incorporação da aprendizagem no SUS, e permeou o desafio de
organizar esta obra com muitos elementos da prática docente assistencial dos dois, porém, alinhada à informação que a literatura técnico-científica tem disponibilizado sobre o assunto.

O professor Marcos Alex Mendes da Silva coordenou durante vários anos o estágio supervisionado dos acadêmicos de Odontologia no SUS, em diferentes municípios, até que assumiu essa função na faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) do Instituto de Saúde de Nova Friburgo. Da mesma forma, a professora Efigênia Ferreira e Ferreira, referência nacional na educação odontológica, acompanhou os estágios supervisionados dos acadêmicos da faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde a sua criação, com destaque para o internato rural, que possibilita uma imersão na realidade do SUS no interior de Minas Gerais.