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Dialética da iluminação
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SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

Numa bibliografia já bastante vasta sobre a obra desafiadora de Guimarães Rosa, novos estudos originais e consistentes são sempre bem-vindos e contribuem para enriquecer esse notável patrimônio literário e crítico.

A novidade aqui é um ensaio, muito minucioso, sobre o Corpo de Baile, especialmente a primeira narrativa (´Campo geral´), que relata as aventuras, desventuras e o deslumbramento da personagem Miguilim. A providência crítica mais geral de Paulo César Carneiro Lopes é identificar, pioneiramente e com originalidade, que o menino Miguilim é, de fato, o Dr. Miguel que, adulto, será o narrador de todas as sete narrativas do livro.

Em qualquer outro caso isso poderia parecer de pouca ou nenhuma importância. Mas em Corpo de Baileessa tese implica, no mínimo, duas consequências fundamentais: a primeira é que unifica o livro que, para muitos leitores, pode parecer fragmentário e de junção de estórias dispersas. A segunda é a unificação temática, onde sobressaem as tensões, os contrastes, os desencontros e, no conjunto, as iluminações mágicas da convivência entre culturas rurais (sertanejas) e as culturas citadinas.

A análise e interpretação centradas em Miguilim são iluminadoras dessa temática através da vivência e olhar (míope, mas muito astuto) do menino, tudo perpassado pelas culturas populares, especialmente as mineiras, entrecruzado, como é de rigor em Guimarães Rosa, por fundamentos de culturas eruditas com destaque para as religiosas e místicas.

E o estudo de Paulo César também provoca o alumbramento e a iluminação dialética no seu leitor porque sua argúcia crítica é capaz de detalhar as tensões presentes na narrativa de Guimarães Rosa, desde a exposição das relações tradicionais das culturas sertanejas (seus valores, seus mitos, seus preconceitos, seu autoritarismo e brutalidade, seu machismo), a força do catolicismo popular e os horizontes da cultura citadina e letrada com suas promessas civilizatórias. Tudo isso e mais estão na narrativa estudada, abrindo caminhos insuspeitados de produção de sentido e de ilustração do leitor. Há aí um encontro novo para a descoberta e redescoberta do Brasil, velho e original a um só tempo. E um país vivo, muito vivo, que continua sendo o de todos nós.
Valentim Facioli

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Sinopse1Numa bibliografia já bastante vasta sobre a obra desafiadora de Guimarães Rosa, novos estudos originais e consistentes são sempre bem-vindos e contribuem para enriquecer esse notável patrimônio literário e crítico.

A novidade aqui é um ensaio, muito minucioso, sobre o Corpo de Baile, especialmente a primeira narrativa (´Campo geral´), que relata as aventuras, desventuras e o deslumbramento da personagem Miguilim. A providência crítica mais geral de Paulo César Carneiro Lopes é identificar, pioneiramente e com originalidade, que o menino Miguilim é, de fato, o Dr. Miguel que, adulto, será o narrador de todas as sete narrativas do livro.

Em qualquer outro caso isso poderia parecer de pouca ou nenhuma importância. Mas em Corpo de Baileessa tese implica, no mínimo, duas consequências fundamentais: a primeira é que unifica o livro que, para muitos leitores, pode parecer fragmentário e de junção de estórias dispersas. A segunda é a unificação temática, onde sobressaem as tensões, os contrastes, os desencontros e, no conjunto, as iluminações mágicas da convivência entre culturas rurais (sertanejas) e as culturas citadinas.

A análise e interpretação centradas em Miguilim são iluminadoras dessa temática através da vivência e olhar (míope, mas muito astuto) do menino, tudo perpassado pelas culturas populares, especialmente as mineiras, entrecruzado, como é de rigor em Guimarães Rosa, por fundamentos de culturas eruditas com destaque para as religiosas e místicas.

E o estudo de Paulo César também provoca o alumbramento e a iluminação dialética no seu leitor porque sua argúcia crítica é capaz de detalhar as tensões presentes na narrativa de Guimarães Rosa, desde a exposição das relações tradicionais das culturas sertanejas (seus valores, seus mitos, seus preconceitos, seu autoritarismo e brutalidade, seu machismo), a força do catolicismo popular e os horizontes da cultura citadina e letrada com suas promessas civilizatórias. Tudo isso e mais estão na narrativa estudada, abrindo caminhos insuspeitados de produção de sentido e de ilustração do leitor. Há aí um encontro novo para a descoberta e redescoberta do Brasil, velho e original a um só tempo. E um país vivo, muito vivo, que continua sendo o de todos nós.
Valentim Facioli
Autor1LOPES, PAULO CESAR CARNEIRO

Especificação

ISBN9788577510894
TítuloDialética da iluminação
EditoraNANKIN EDITORIAL
Formato16 X 23 cm
Espessura2 cm
Páginas240
IdiomaPortuguês
AssuntoCRITICA LITERARIA
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2014

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