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Depressões
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SINOPSECARACTERÍSTICAS

Descrição

Em tradução direta do alemão, livro de estreia da ganhadora do Nobel 2009 revela autora de grande densidade literária Há uma grande e amarga ironia histórico-literária que emana de autores como a romena naturalizada alemã Herta Müller , a consagrada autora dos contos de Depressões . Se, de início, em obras como Robison Crusoe, de Daniel Defoe, a então nova prosa de ficção ainda podia louvar o herói capitalista, empreendedor e individualista, pouco depois, já a partir da Revolução Francesa e das jornadas revolucionárias do século XIX, a prosa de ficção se torna, como nos grandes autores russos e, principalmente, no naturalismo e no realismo, em Flaubert como em Zola, a forma por excelência de desconstrução crítica da sociedade burguesa. Sociedade burguesa que o socialismo da Romênia natal de Herta Müller deveria sepultar, sepultando assim, de roldão, a arte crítica, que passaria então a ser arte revolucionária ou popular. Mas, como se sabe, as coisas não saíram conforme planejado. É preciso, porém, deixar claro que nada disso fica explícito nos contos de Depressões . Herta Müller nada tem de realista, muito menos de naturalista. Sua prosa é avara de indicações de tempo e espaço, incluindo as mais prosaicas (em mais de um sentido), como os nomes dos personagens. Não há nomes de personagens, de cidades (ou vilas, pois os contos têm ambientação rural), de ruas, de países, não há datas nem referências nominais a acontecimentos históricos. Tudo se passa em certo imediatismo constatativo, como na magistral descrição das muitas fotos do pai da narradora pregadas nas paredes da sala, em O discurso fúnebre. O resultado é um estranho híbrido em que tudo parece muito imediato e real e, ao mesmo tempo, inacessível e onírico: concreto e rarefeito. Desde que onírico não leve aqui a se pensar em sonhos agradáveis, ainda que não se trate de pesadelos particularmente opressivos. Uma certa banalidade da incompreensão de tudo, se se pode dizer assim. Em termos estilísticos, o que mais impressiona em Herta Müller é a recusa à subordinação gramatical, e o uso, portanto, de frases paratáticas, ou paralelas, que simplesmente se seguem umas às outras, e não se articulam de fato. Bem-vindos à sombria lucidez contemporânea.

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Sinopse1Em tradução direta do alemão, livro de estreia da ganhadora do Nobel 2009 revela autora de grande densidade literária Há uma grande e amarga ironia histórico-literária que emana de autores como a romena naturalizada alemã Herta Müller , a consagrada autora dos contos de Depressões . Se, de início, em obras como Robison Crusoe, de Daniel Defoe, a então nova prosa de ficção ainda podia louvar o herói capitalista, empreendedor e individualista, pouco depois, já a partir da Revolução Francesa e das jornadas revolucionárias do século XIX, a prosa de ficção se torna, como nos grandes autores russos e, principalmente, no naturalismo e no realismo, em Flaubert como em Zola, a forma por excelência de desconstrução crítica da sociedade burguesa. Sociedade burguesa que o socialismo da Romênia natal de Herta Müller deveria sepultar, sepultando assim, de roldão, a arte crítica, que passaria então a ser arte revolucionária ou popular. Mas, como se sabe, as coisas não saíram conforme planejado. É preciso, porém, deixar claro que nada disso fica explícito nos contos de Depressões . Herta Müller nada tem de realista, muito menos de naturalista. Sua prosa é avara de indicações de tempo e espaço, incluindo as mais prosaicas (em mais de um sentido), como os nomes dos personagens. Não há nomes de personagens, de cidades (ou vilas, pois os contos têm ambientação rural), de ruas, de países, não há datas nem referências nominais a acontecimentos históricos. Tudo se passa em certo imediatismo constatativo, como na magistral descrição das muitas fotos do pai da narradora pregadas nas paredes da sala, em O discurso fúnebre. O resultado é um estranho híbrido em que tudo parece muito imediato e real e, ao mesmo tempo, inacessível e onírico: concreto e rarefeito. Desde que onírico não leve aqui a se pensar em sonhos agradáveis, ainda que não se trate de pesadelos particularmente opressivos. Uma certa banalidade da incompreensão de tudo, se se pode dizer assim. Em termos estilísticos, o que mais impressiona em Herta Müller é a recusa à subordinação gramatical, e o uso, portanto, de frases paratáticas, ou paralelas, que simplesmente se seguem umas às outras, e não se articulam de fato. Bem-vindos à sombria lucidez contemporânea.
Autor1MULLER, HERTA

Especificação

ISBN9788525048349
TítuloDepressões
EditoraEDITORA GLOBO
Formato14 X 21 cm
Espessura1 cm
Páginas168
IdiomaPortuguês
AssuntoLITERATURA, FICCAO E ROMANCE
Tipo de CapaLIVRO BROCHURA (PAPERBACK)
Edição1ª Edição
Ano de Publicação2010

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