Nos últimos anos, um importante debate tem sido travado a respeito da adoção de um novo modelo para o desenvolvimento da Amazônia, baseado no reconhecimento da magnitude da biodiversidade desta região e visando ao aproveitamento racional e sustentável dessa biodiversidade por intermédio do conhecimento científico e tecnológico. Entre as críticas às políticas desenvolvimentistas já adotadas na região, observa-se o absoluto esquecimento das potencialidades oferecidas pela floresta amazônica para dinamização de negócios sustentáveis. Em vez de concentrar o esforço produtivo nas potencialidades naturais da Amazônia (ecoturismo, indústria agroflorestal, biotecnologia e produtos naturais), estas se voltaram para fora da região, seja pela oferta de privilégios a investidores capitalizados de outros países, seja pela atração de empresários nacionais - geralmente estabelecidos no Sudeste ou no Sul do país ou associados a capitais internacionais. Colaborar para a alternância deste modelo é o intuito deste livro, que aborda aspectos da indústria da biotecnologia de produtos naturais, em particular nos estados do Amazonas, Pará e Amapá, dando especial ênfase às empresas e cooperativas de bases tecnológicas que vivenciam processos de incubação e atuação no segmento da biodiversidade amazônica. A obra mostra, particularmente ao tratar do caso do estado do Amapá, que um dos maiores desafios para a região consiste em fazer uso das oportunidades que se abrem para o aproveitamento dos recursos naturais que exigem maior conteúdo tecnológico.