O título deste livro que Bion escreveu é compacto, direito e auto-explicativo.Talvez resuma a postura básica de um analista e de todo cientista. Atenção e Interpretação aperfeiçoa a teoria de Observação psicanalística e principalmente os métodos de observação científicos não positivistas que caracterizam a psicanálise, que não parecem ter sido amplamente aproveitados pelo estabelecimento psicanalítico, mas cujo impacto tem sido inegável. Embora com as limitações da forma comunicacional escrita, como este livro, a sessão possibilita que o analista tenha uma oportunidade de chamar a atenção do analisando para fenômenos reais e correntes, os quais... ele precisaria considerar, escreve Bion, dizendo a que veio. Para tanto, o seja, tentando estabelcer métodos para lidar com a apreensão da realidade psíquica,o foco de Bion é um assunto que ele pensava não ter recebido a devida atenção em psicanálise; o mentir, Podemos acrescentar hoje, que embora tenha sido abordado anteriormente por Freud e Klein, e esquecido enterrado sob uma massa de teorias que aparecem sem deixar vestígios, continuou não sendo abordado nesta nossa época após Bion. O autor volta-se, nesta obra como o faria na série seguinte, Uma Memória do Futuro, a dinâmica dos agrupamentos sociais, objetos de seus primeiros trabalhos,quarenta anos antes.Introduz, de seu modo característico, ou seja metafórmico e concentrado, a função do místico (ou gênio) no grupo, suas exclusões e tentativas de inclusão por cooptações. O ponto de vista surge na sessão psicanalítica; o macrocosmo amplifica e complica o que se percebe em detalhes na sessão.Usa ilustações, parábolas e metáforas analógicas derivadas das histórias da religião católica e de tradição luriância da cabala judaica, no que se refer a temores de enfrentar o desconhecido, o novo. Uma das concepções originais, meramente anlógica, é a de fé.Fé de que a realidade e verdade existem.Há uma tendência humana a se abominar mudanças, a percebê-las; e, assim, são muitas vezes sentidas como catastróficas principalmente pela prevalência de mecanismos psicóticos. Expande a teoria dos vínculos primeiro formulada em Learning from Experience.