Valter Hugo Mãe não escreve para crianças, e tampouco como uma delas – o autor afirma não saber se dirigir ao público infantil. Contudo, é no intervalo entre essas negativas que habita sua prosa, um convite poético para que voltemos a enxergar o mundo com a complexidade com que o enxergávamos na infância. É assim que "Contos de cães e maus lobos", seu primeiro livro de contos, consegue a difícil tarefa de abraçar leitores das mais variadas idades em suas onze histórias. Em “O rapaz que habitava livros”, Valter afirma que livros “escolhem leitores e entregam mais a uns que a outros. Têm uma preferência. São inteligentes e reconhecem a inteligência”. A preferência de "Contos de cães e maus lobos" certamente é pelos leitores sensíveis, que conseguirão apreciar as sutilezas, a originalidade e a vertigem da escrita de seu autor.
“Está nesses contos aquilo que está em toda a sua obra: o questionar das nossas certezas mais fundas, uma visita às profundezas da alma. A escrita de Valter sugere, a todo momento, que os outros somos nós mesmos. [...] E é por isso que estes contos, mais do que gigantescos, não têm tamanho.” — Mia Couto
Redes Sociais